sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pós-morte - parte III

Tudo havia sido destruído naquele apartamento, aparentemente o fogo ainda ardia em vários lugares, a mulher havia sido protegida pelo homem, suas costas havia sido queimadas, queimaduras de terceiro grau, em seu braço poderia ver o branco da cartilagem e o cheiro de músculos queimados estavam no ar, qualquer um haveria morrido com essa explosão, mas não ele, o homem levanta com certa dificuldade, tenta acordar a mulher que parecia apenas ter desmaiado, ele a acorda com certa urgência. Ela estava surpresa:
-Temos que sair daqui. - Comentou o homem.
-Você está bem? Meu Deus suas costas. Você está bem?
-Vamos eles estão vindo, temos que ir.
-Você não pode sair por aí com essas costas de jeito...
Repentinamente, as feridas começam a se cicatrizar, a pele e o músculo cresciam em suas costas desnudas, enquanto o homem procurava uma camisa com seu braço que parecia ser somente osso, em seu armário pega uma que sobreviveu a explosão e rapidamente as veste, a mulher enquanto isso, já estava abrindo a janela do apartamento, foi por ali que ela entrara e parecia ser o melhor lugar pra ela sair, já estava descendo o corrimão, o homem já estava logo atrás dela, ao mesmo tempo uma figura vestida com um terno preto apontava uma arma para os dois. Rapidamente a mulher de branco, pega o homem pelo braço e pula com ele da sacada.
Eles descem rapidamente pelos oito andares, a queda livre poderia parecer interessante, ou até mesmo suicídio, mas ao se deparar com a janela deles rompendo em chamas, aquilo poderia parecer até a saída mais lógica a se tomar, principalmente quando a mulher de branco faz ambos caírem suavemente no chão. Ele a olha um pouco intrigado e começam a correr. Corriam para o mais longe possível.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Magia - parte I

O jovem estava sentado em um banco, era acolchoado e confortável, estava ali fazia quase uma hora, mas sentia que deveria continuar esperando, já havia esperado tanto de qualquer forma, lia uma página atrás do outro, era um livro que ele havia levado, já havia previsto aquela espera. Finalmente a enfermeira o chama:
-Senhor Charlie, Charlie Russel?
O jovem sem falar nada ao ouvir seu nome, se levanta e faz um breve aceno com sua cabeça. Era a primeira vez que estava ali, a primeira vez que ia para um médico especializado em suas dores de cabeça. Um médico que ele trocava a algum tempo e-mails, parece que eles estão na mesma faculdade, apesar de curso diferente, seu professor de literatura o havia indicado.
É guiado pela enfermeira e brevemente chega a sala do médico, uma sala simples como de todo médico. O médico era jovem, mais jovem do que havia pensado, ele cordialmente o cumprimenta com um aperto de mão energético. Charlie se conforta na cadeira de frente ao médico, eles começam a conversar corriqueiramente, o médico começa a indagar sobre a vida do jovem, fatos relacionados as suas dores. Coisas que talvez pra ele não fizessem diferença, mas o médico se interessava cada vez mais.
Depois de uma breve conversa. O médico começa a examinar o paciente, fez uma série de procedimentos de rotina, até que finalmente o médico suspirou:
-Seu problema é magia.
-Magia?- Charlie continha o riso, esperava que agora fosse vir uma piada, ou algo totalmente estúpido que o médico usaria apenas para descontrair. Não foi isso que aconteceu.
-Isso, você vem utilizado suas habilidades mágicas, provavelmente sem saber, talvez em excesso, excesso de mais para seu corpo suportar, por isso você sente tanta dor de cabeça, essa sede incontrolável, além do seu temperamento estar destruído, como você mesmo me contou.
Parecia um absurdo tudo isso para o jovem Charlie, ele havia procurado dezenas de médicos anteriormente, nenhum havia dito nada com clareza, a melhor resposta que tivera, era que suas dores eram genéticas e teria que conviver com elas por toda sua vida. Até que um médico o diz que seu problema era uso excessivo de magia, infelizmente aquilo era uma resposta, era insana mas era uma resposta, talvez o médico estivesse apenas rindo da sua cara.
-E como eu faço pra evitar isso doutor?
-Primeiro você precisa entender o que viria a ser magia...