Estava em um corredor sombrio e metálico. Seus pensamentos eram interrompidos por uma sirene que causava uma dor lancinante em sua cabeça. Pedia com todas as suas forças para andar mais rápido, queria arriscar uma corrida, mas sabia que isso era demais para si. Caminhava desesperadamente em busca de algo que pudesse o levar para um lugar seguro. Passava por algumas encruzilhadas, estava agora em um corredor cheio de portas, portas metálicas e aparentemente sem maçaneta. Ele chega perto de uma e ela abre educadamente, talvez essa fosse a melhor alternativa, mas de qualquer modo era uma atitude precipitada.
Era uma sala simples e pequena, basicamente haviam apenas uma mesa e duas cadeiras, uma em cada ponta da mesa, sem nenhum enfeite, havia também um porta na qual dava para um banheiro, também simples. O fugitivo aproveita a oportunidade para beber água, algo que fora privado a bastante tempo, bebia sem parar e com uma calma assustadora, poucos mantinham essa calma enquanto fugiam de uma prisão. Ao terminar pensou no que poderia fazer, tinha que sair dali, mas mal se aguentava sobre seus pés.
Saiu da sala ainda se arrastando, estava cansado, queria apenas que tudo aquilo se acabasse e estivesse em algum lugar, calma e longe de todos, mas as sirenes ainda tocam. Tocam sem parar e de uma forma estridente, ouvia-se passos por todos os lados, era quase insuportavel fugir ou desviar de todos os guardas, mas mesmo assim o fugitivo conseguia ir para os lugares mais vazios. Andava por entre corredores até que finalmente chegara em um galpão imenso, dezenas de guardas estavam naquele local. Via-se desde aviões bimotores até jatos, barcos de pesca até um grande cargueiro aportado em um porto, que parecia dali, distante. Estava em uma espécie de parapeito, onde podia ver tudo aquilo a uns sete metros abaixo, o que dava uma boa visão dos guardas, sem ser visto, já que era protegido pelo manto da noite em um lugar remoto.
Ouvia passos ainda mais ocos em seu encalço, tinha que se mover rapido, mas ainda não conseguia correr, fazia uma força sobrenatural para se mover daquele jeito. Nesse momento um avião pousava um pouco longe dali, seu coração palpitava, tinha encontrado uma forma de fuga, talvez conseguisse sair dali sem ser visto.
"Parado!"
Seu plano de fuga havia mudado, havia sido visto, guardas apontavam armas para ele, por onde havia saído.
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