Já se faziam cinco anos, cinco anos que Jake perdera sua familia. Lembrava disso como se fosse um grande buraco em seu passado, um buraco ainda não preenchido, um buraco em seu mundo, imagina as vezes que tipo de vida estaria levando agora, sabia que era improvável, veja bem, improvável estar onde estava nesse momento.
Jake atravessa o umbral de uma porta velha, entrava agora em uma espécie de casebre, ele olhava com interesse a mesa tipo escritório e uma senhora de aproximadamente 70 anos sentada atrás dela, possuía um caderno simples e escrevia em um caderninho com uma letra bem trabalhada. Ela apenas levanta o olho e continua com seus afazeres.
-Gostaria de falar com o senhor Sangye. - Sua língua embolava enquanto tentava pronunciar cada palavra com calma, não falava em sua língua natal, era evidente, talvez a única coisa que tenha pronunciado correto séria o Sangye, que saira de sua boca como um Sanjaiii, ou algo assim.
A mulher demorou um pouco para captar cada palavra, mas fora bondosa e receptiva para alguém que acabara de cometer um assassinato a sua própria língua, mas educadamente aponta um dedo para uma escada e diz umas palavras que Jake acredita que sejam, "Primeira porta a esquerda.".
Segue pela sala calmamente, a cada passo que dava ouvia um barulho agudo de uma madeira mal encaixada, ao menos pelo que julgava. Subia a escada e a cada passo que dava sentia como se tudo fosse desmoronar em seus pés. Estava em lugar escuro e aparentava que aquilo ia desabar a qualquer momento, mal sabia Jake que dali duas semanas de fato aquele prédio iria desabar, para seu equívoco, não por causas naturais.
Bate duas vezes na porta e quase imediatamente um senhor abre a porta, educadamente Jake pergunta se eles podem falar em inglês, uma língua que estava mais familiarizado, para seu alívio Sangye falava, ele aponta para uma espécie de puff em um canto da parede, o senhor parecia ser bem mais velho do que qualquer pessoa que Jake já vira, talvez uns 100 anos? Provavelmente mais, o senhor era magro e possuía marcas em todo o corpo, talvez alguma doença o abatia, o seu cabelo branco era ralo e bem penteado, o oposto do cabelo cheio e desgrenhado do jovem, se sentou no chão no lado oposto.
-Me disseram que você tem matado muito deles. - O velho começou sem pudor, já imaginara porque o jovem fora até ele.
-Eles acabaram com minha familia. - Jake não demonstrou que estava assustado com a colocação de Sangye, apesar de não ter idéia o quanto o velho sabe, mas por enquanto nada surpreendente, muitos sabiam o que ele fazia, talvez esse seja o problema, havia chamado atenção de mais.
-Isso não é uma boa desculpa, mas de qualquer jeito, esse não é o motivo da sua visita.
-Me disseram que você era bom, e fazia o que eu faço. O que quero dizer é que preciso saber quem exatamente eles são.
-Você é mais ingênuo do que pensei, então o que você quer me dizer é que você está nessa guerra, que talvez tenha começado comigo, e ainda não sabe contra quem luta? Tudo que você tem feito é caça-los como monstros em busca de vingança?
Jake se mantinha em silêncio, estava nisso a tempo o suficiente para saber apenas como eles lutavam, as armas que usavam e com repelir isso, mas talvez visse que tivesse algo a mais. Estava cansado de não saber as resposta, e agora, parecia que ia tê-las. Logo em seguida Sangye começa a falar, por horas, talvez tenha parecido dias, um grupo de informações indefinidas, e finalmente, e finalmente ele sabia quem eram seus inimigos, o que realmente estava acontecendo, o porque de certas pessoas o terem ajudado, além de situações que não conseguia explicar e possuía uma certa idéia do motivo de seus pais serem assassinados, tudo parecia fazer sentido em sua cabeça.
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