domingo, 14 de junho de 2009

Dama de branco

Uma jovem de cabelos curtos sai do taxi, vestia uma calça bem torneada branca, com uma camiseta e um sobretudo igualmente brancos, com botas de couro branco até os joelhos, possuía uma franja que cobria um pouco dos seus olhos amendoados. Se movimentava com uma graciosidade jovial, abaixa e pega do táxi uma caixa de violão e a pendura em seu ombro, em seguida tira de seu bolso uma pequena carteira de couro, onde tira o dinheiro para pagar o taxi, o taxista pega o dinheiro com pressa e sai sem muitas delongas, estavam em um lugar perigoso para essa hora. Ela retira um pequeno pedaço de papel do bolso, confere o local onde se encontrava, estava sozinha em uma rua escura e aparentemente perigosa.
Sentia um calafrio, podia ouvir o sussurro das paredes, elas diziam mais do que aparentavam, postes antigos a iluminavam vagamente, talvez ninguém tivesse o trabalho de se arrumá-la, a jovem fugia claramente daquele ambiente, o prédio que agora entrava, parecia ser o melhor lugar, talvez seja o prédio onde menos ocorreram mortes.
Entrava por uma portaria vazia, via um elevador, parecia estar quebrado, mesmo que estivesse funcionando, não parecia uma boa idéia usá-lo. Era um prédio antigo e tão tenebroso quanto a rua. Sentia o vento frio ali, subia as escadas apressadamente. A jovem de cabelos curtos subiu rapidamente até o quarto andar. Estava no andar desejado, procurava pelo apartamento 403, procurar seria algo extremamente exagerado de dizer, ela ia em direção ao apartamento 403, ela bate na porta e rapidamente ela se abre, um homem de óculos e roupas pretas estava do outro lado, eles se cumprimentam rapidamente e ela entra em um humilde apartamento.
Ao entrar percebe que um homem estava amarrado em uma cadeira, parecia estar vestido com uma batina, sua cara estava disforme, com bastante hematomas, além de estar desacordado, ela não o reconhecia, o homem de óculos tranca a porta e finalmente diz:
-Seu irmão conseguiu escapar.
A mulher viajara muitos quilômetros e sentia agora que a cada momento de sua viajem valeu a pena, esperava apenas saber algo do seu irmão, mas essa foi a melhor notícia que poderia ouvir.
-E onde ele está?
-Ninguém sabe, creio que nem ele, até onde entendi, seu irmão foi fortemente drogado e perdeu a memória.
A mulher anda um pouco pela cadeira, senta pesadamente sobre a cadeira e simplesmente pergunta fatidicamente.
-O que faremos agora?

Nenhum comentário:

Postar um comentário