segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pós-morte - parte I

Um homem caminhava calmamente pelos lugares mais sujos e imundos da cidade, ratos passeavam pelos becos, assim como os jovens se aglomeravam para conversar e cheirar cocaína as escondidas. Assim esse homem andava com as mãos nos bolsos de seu sobretudo marrom e surrado. A morte rondava aquele local, uma mãe carregava uma criança de talvez cinco anos no colo logo em sua frente, estava parada em frente ao prédio dele, não fazia idéia de quem era, apenas admirava a cena logo a seguir:
A criança por rebeldia se solta da mãe, ela por sua vez tenta a agarrá-la, mas a criança é mais rápida e corre em direção a rua, assim como a criança se desvencilha rapidamente dos braços maternos, um carro a atinge rapidamente na rua e sai em disparada, deixando apenas uma pequena criança estirada no chão.
O homem apenas assiste brevemente a cena e passa sem nem ao menos dar uma atenção maior a isso, muitos anos atrás ele poderia ter feito a diferença, mas não hoje, não nesse momento, ele apenas atravesso os portões do seu prédio e entra em direção ao seu apartamento.
Os corredores do seu prédio não eram muito diferentes das ruas, o chão e a parede eram corroídos por insetos e fungos que tomavam conta daquele lugar, as pessoas gritavam e se agrediam enquanto ele subia calmamente até o seu andar.
Até que com sua chave enferrujada ele abre a porta de sua casa, alguns não chamariam aquilo de casa, era apenas um cubículo, onde se tinha a sala, cozinha embutidas, um pequeno banheiro e o quarta, espaçoso suficiente para caber uma cama de casal, nada mais. Não havia mobílias naquele lugar, apenas uma cama. Na cozinha existia apenas uma cadeira, uma bancada, uma geladeira e um fogão. Todos os móveis da casa eram antigos e em condições tão boas quanto o resto da casa.
Tudo parecia completamente normal naquela casa, exceto pela presença de uma mulher vestida de branco.

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