quarta-feira, 8 de julho de 2009

Tempestade

O vento soprava forte em sua direção, a tempestade de areia avançava cada vez mais rápido. O homem começa a correr desesperadamente até algum, de fato não tinha idéia do que fazia ali. Sabia apenas precisava de um abrigo, correu, até finalmente ver uma deformidade na areia, algo que parecia ser um vale rochoso. Corria mais intensamente, sentia em suas costas areias o jogando, sentia que podia ser engolido a qualquer momento, seu campo de visibilidade foi drasticamente. Depois de alguns minutos em corrida desenfreada, ele consegue chegar ao vale.
Estava sentado encolhido entre as formações rochosas. O vento uivava sobre suas cabeças, seu coração batia nervoso, agora tinha todo o tempo do mundo, para ao menos tentar onde estava indo, suas memórias buscavam tudo o que poderia encontrar, mas por algumas horas ele apenas via em sua mente, palavras e números. Sentia dores profundas em todo seu corpo, sua cabeça começara a doer intensamente, ele se encolhe mais ainda, até estar em posição fetal, as dores o faziam encolher mais e mais.
Ele pretendia dormir, queria acordar de repente e estar totalmente livre de toda a dor. Seus olhos estavam fechados, o sonho não chegava, mas sim as memórias que viam como a tempestade de areia. Viam desorganizadas e sem sentindo, via memórias que não saberia distinguir se eram reais, ou apenas fruto de sua imaginação.
Lembrava de quando era um pequeno garoto, segurava a mão de uma jovem menina de olhos orientais pelas mãos, as duas crianças estavam de mão dadas, um garotinho com olhos apertados e boca fina, sorriso escassamente a mostras, possuía uns sete anos, mas sem dúvida aparentava ter mais em seus olhos. A jovem parecia ser poucos anos mais nova, mas o suficiente para ser cuidada pela criança mais velha.
O homem perdido no deserto abre os olhos para ver onde realmente estava, sabia que nada mudara do cenário inicial. Como uma segunda rajada destrutiva de vento, outra memória infiltrava em sua mente. Ele estava sozinho agora, estava em uma casa grande, talvez grande de mais para manter uma criança sozinha. A porta é aberta e algumas pessoas entram, um homem aperta os ombros do garoto e anuncia:
-Seus pais estão mortos.
O homem do deserto volta para o mundo real, sentia agora uma dor ainda maior, se encolhe mais e começa a dormir com lágrimas nos olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário