sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sentidos

Três cegos subiam uma ladeira, o que eles iam fazer ao final do seu caminho, não era importante. O que importava é como esses três cegos se comportavam.
O primeiro cego, era algo que parecia como o líder, apesar de andarem lado a lado, ele tinha o papel de orientar para onde todos iam.
O segundo cego, era algo como o fator que os unia, segurava no líder enquanto andava se mantendo firme demonstrava segurança e firmeza para onde todos iam.
O último cego, segurava o cego do meio, e ia mais atrás que os outros dois, não fazia nenhum papel aparente, quem olhasse de fora, até diria que ele apenas atrasava todos os outros e todos deviam seguir seu caminho. Mas ele exercia o maior papel, ao andar mais devagar em com cautela, lembrava a todos que eram cegos.

Privado dos sentidos ele agonizava, enquanto em seu pranto de dor pedia apenas por um golpe de misericórdia. Amarrado em um tronco ele se debatia em busca de uma saída, apesar de saber que aquilo apenas feria mais seus pulsos. Suas costas derramavam sangue, sentia um filete atravessar todo seu corpo e pingar seus pés. Ao recostar sua cabeça ao seu peito, vencido pelo cansaço, a fazia reclinar para trás logo em seguida, vencido pela dor. Não conseguia mais nem ver, nem ouvir, nem falar. Apenas gritava da dor que sentia.

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